
A CPI mista do INSS aprovou nesta quinta-feira (4) a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, além da convocação dele para depor. A data da oitiva ainda será definida pelo colegiado.
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que Vorcaro precisa esclarecer as suspeitas envolvendo operações de crédito consignado destinadas a aposentados e pensionistas, realizadas por meio do Master.
Vorcaro foi preso no último dia 17 durante uma operação da Polícia Federal que apura fraudes em papéis vendidos pelo Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Ele foi solto dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mas o Ministério Público Federal recorreu e pediu a manutenção da prisão.
Segundo a PF, o Master emitia Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com promessa de retorno até 40% acima da taxa média do mercado — rendimentos considerados irreais. A corporação afirma que o esquema pode ter movimentado R$ 12 bilhões.
Além disso, o banco tinha histórico de investimentos arriscados, como compra de precatórios e participação em empresas em dificuldade financeira.
No mesmo dia da operação da PF, o Banco Central decretou administração especial temporária por 120 dias e iniciou o processo de liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão ocorreu um dia após a Fictor Holding apresentar proposta de compra da instituição — negócio que, assim como outras tentativas de venda, acabou interrompido em meio a questionamentos, pressão política e falta de transparência.
O Master já enfrentava risco de insolvência devido ao alto custo de captação e à exposição a operações classificadas como de elevado risco.
Com a aprovação das quebras de sigilo, a CPI espera ampliar o alcance das investigações e aprofundar a análise das operações do conglomerado financeiro.