
Jair Bolsonaro afirmou a aliados que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) será seu candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. É a primeira vez que o ex-presidente — preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília desde 22 de novembro — manifesta de forma explícita a intenção de lançar o primogênito ao Palácio do Planalto.
Segundo interlocutores, Bolsonaro avalia que Flávio ganhará densidade eleitoral ao assumir publicamente o papel de pré-candidato, com agendas pelo país e maior protagonismo nas críticas ao presidente Lula. O ex-mandatário também julga que o senador tem condições de unificar o PL e atrair apoio de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Cláudio Castro (PL), no Rio de Janeiro.
Dentro da família, Flávio é visto como o nome capaz de transmitir maior previsibilidade política e econômica, devido ao perfil mais moderado em comparação ao dos irmãos Carlos e Eduardo.
No desenho preliminar da chapa, Michelle Bolsonaro tende a disputar o Senado pelo Distrito Federal, abrindo espaço para que um partido de centro indique o vice de Flávio. A estratégia busca ampliar o arco de alianças e reforçar a competitividade do PL na corrida nacional.
Do lado governista, dirigentes do PT defendem que Geraldo Alckmin (PSB) seja novamente o vice de Lula em 2026, repetindo a aliança formada na eleição anterior.
A sinalização de Bolsonaro marca uma virada no tabuleiro político da direita, reposiciona o papel de Flávio dentro da oposição e estabelece, a dois anos da eleição, o caminho para um confronto direto entre Lula e o clã Bolsonaro na disputa pelo Planalto.